MECANISMO FISIOPATOLÓGICO DO DESENVOLVIMENTO DE DIABETES MELLITUS TIPO 2 EM PACIENTES PORTADORAS DE SOP OBESAS: REVISÃO DE LITERATURA

Camila Diniz Cavalcante Rodrigues, Caroline Ramalho Silveira, Isabelle Demétrio Cavarzan, Marina Zanin Eduardo Fonseca, Nicole Caroline Castilho Martinho, Thiago dos Santos Neves Leme, Christiane Nicolau Coimbra, Eliane Marta Quinones, Nayara Cavalcante Ares, Paulo Maccagnan, Ricardo Diniz

Resumo


A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma endocrinopatia comum entre as mulheres, que tem como características a ocorrência de anovulação crônica acompanhada de sinais de hiperandrogenismo com a presença de múltiplos e pequenos cistos ovarianos ocasionando ou não infertilidade por fator ovulatório. Os sinais e sintomas variam entre as mulheres com SOP, porém, 50% das mulheres portadoras de SOP apresentam resistência insulínica (RI) aumentando o risco para doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2 (DM2), obesidade, dislipidemia e síndrome metabólica. A obesidade nas pacientes com SOP é muito comum, mas isso independe do peso e do índice de massa corporal (IMC) para a ocorrência da RI, ou seja, a resistência à insulina não é um fator exclusivo das pacientes obesas. A diabetes é uma doença do metabolismo intermediário caracterizada pela ocorrência de hiperglicemia crônica, que a longo prazo promove lesões em órgãos alvo e pode cursar com descompensações metabólicas agudas. De acordo com a etiopatogenia, os fatores que contribuem para a hiperglicemia são déficit de insulina (absoluto ou relativo) e resistência à insulina. Objetivo: O objetivo dessa revisão de literatura foi avaliar os mecanismos fisiopatológicos e riscos do desenvolvimento da DM2 em pacientes com SOP. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa no banco de dados, rodada no período de 10 a 19 de maio de 2022, via PubMed, Google acadêmico e Scielo. Foram utilizadas como MeSh terms e seus sinônimos “Polycystic ovary syndrome”, “diabetes” e “insulin resistance”. Foram pesquisados diversos artigos sobre esse tema, dos quais 13 foram selecionados. Os critérios de exclusão foram estudos que não citavam a síndrome do ovário policístico, resistência à insulina e diabetes. Considerações finais: A SOP é considerada um fator de risco para o desenvolvimento de DM2 e todas as mulheres com a síndrome devem passar pelo processo de rastreamento no momento do diagnóstico sendo elas obesas ou com IMC dentro da normalidade, pois, dessa forma muitas pacientes com SOP podem alterar beneficamente seu estilo de vida – dietas e atividades físicas – e até intervenções médicas, se necessário, para que haja uma prevenção precoce da hiperinsulinemia e consequentemente do DM2 a longo prazo, evitando complicações secundárias que estão interligadas a patogenia. Diversos métodos de diagnósticos estão disponíveis na rotina clínica para o rastreamento da resistência insulínica em pacientes portadoras da síndrome.

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ISSN - 2525-5827